Nesse site você encontrará informações importantes do curso de histologia, com conteúdos de aulas, vídeos, resumos, aulas em multimídia, guias para o estudo prático das lâminas bem como resumos dos diversos assuntos abordados durante o curso e elaborados pelos monitores e demais interessados pelo assunto.

Autora

Congresso em Amsterdan

Profa Dra Diene Maria Holanda Tenório
Universidade Federal de Alagoas
Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
Professora de Histologia da Universidade Federal de Alagoas - UFAL

Sistema Respiratório


Os pulmões e as inúmeras vias aéreas a eles ligadas compõem o sistema respiratório. As vias aéreas entram nos pulmões e lá se ramificam constituindo a árvore brônquica, essas ramificações atingem espaços aéreos pequenos, chamados alvéolos. As vias do trato respiratório dividem-se em: 1) porção condutora: constituída pelas cavidades nasais (durante a respiração forçada, a cavidade oral também faz parte dessa porção), faringe, laringe, traquéia, brônquios e bronquíolos; 2) porção respiratória: formada pelos bronquíolos respiratórios, ductos alveolares, sacos alveolares e alvéolos. A porção condutora tem a função de acondicionar o ar, fazendo com que ele seja aquecido e umidificado, além disso, tem a função de retirar do ar as partículas indesejadas. Já a porção respiratória é aquele local onde ocorre a troca gasosa entre o ar e o sangue.
A principal função do sistema respiratório é a troca gasosa nos pulmões. A base estrutural para a realização dessa função é a relação de organização estabelecida entre os capilares pulmonares e os alvéolos durante a irrigação pulmonar. A irrigação dos pulmões é feita por vasos sangüíneos que entram neles com os brônquios e ramificam-se em vasos cada vez menores que, finalmente, entram em íntimo contato com os alvéolos.
Cada componente do sistema respiratório tem uma constituição histológica dependendo da função que será desempenhada por esse órgão.

Fossas nasais 
As fossas nasais são subdivididas em três regiões: o vestíbulo, a área respiratória e a área olfatória. Todas essas porções são revestidas por uma mucosa com diferentes estruturas, conforme a região considerada.
A porção mais anterior e dilatada das fossas nasais chama-se vestíbulo; sua mucosa é formada por um epitélio plano estratificado não-queratinizado e por uma lâmina própria de tecido conjuntivo denso. Nesse local existem pêlos e glândulas cutâneas, que constituem uma primeira barreira à entrada de partículas grosseiras de pó nas vias aéreas.
A área respiratória é a maior parte das fossas nasais, sua mucosa é constituída por um epitélio pseudo-estratificado colunar ciliado, com muitas células caliciformes. Esse tipo de epitélio reveste a maioria das vias aéreas, por isso freqüentemente é chamado de epitélio tipo respiratório. O epitélio respiratório repousa sobre um lâmina basal, depois dela vem uma lâmina própria fibrosa rica em glândulas do tipo misto, cuja secreção ajuda a manter úmidas as paredes das cavidades nasais. A lâmina própria por sua vez se apóia no periósteo subjacente.     
O epitélio respiratório típico consiste em seis tipos celulares identificáveis ao microscópio eletrônico, todas as células desse epitélio apoiam-se na lâmina basal. O tipo mais abundante é a célula colunar ciliada, cada células possui cerca de 300 cílios na superfície apical e embaixo dos corpúsculos basais há numerosas mitocôndrias (produzem ATP para possibilitar os batimentos ciliares). Em segundo lugar quantitativo, estão as células caliciformes, as quais são secretoras de muco rico em polissacarídeos. Existem ainda as células em escova, devido aos numerosos microvilos presentes em suas superfícies apicais. Além disso, têm as células basais, pequenas e arredondadas, estas células multiplicam-se continuamente, por mitose e originam os demais tipos celulares do epitélio respiratório. Outro tipo celular é a célula granular; célula endócrina que atua como efetora na integração das secreções mucosa e serosa; parece a célula basal, mas possui numerosos grânulos que deixam sua parte central mais densa aos elétrons. Devemos ressaltar que nas áreas mais expostas ao ar, o epitélio apresenta-se mais alto e com maior número de células caliciformes.
A área olfatória, está localizada na região superior das fossas nasais e é responsável pela sensibilidade olfativa. O epitélio que compõe essa região é o epitélio respiratório formado por três tipos distintos de células: 1) células de sustentação: prismáticas, largas no seu ápice e mais estreitas na base, com microvilos na sua superfície que se projetam para dentro da camada de muco que cobre o epitélio, além disso essas células possuem um pigmento acastanhado que é responsável pela cor marrom da mucosa olfatória; 2) células basais: pequenas, arredondadas ou cônicas, formam um a camada única na região basal do epitélio, entre as células olfatórias e as de sustentação; 3) células olfatórias: são neurônios bipolares que se distribuem entre as células de sustentação. São dilatadas nas extremidades de onde partem cílios longos, sem movimento e com a função de receptores.

Seios paranasais
São grandes espaços aéreos situados no interior dos ossos frontal, etmóide, esfenóide e o maxilar, que se abrem para a cavidade nasal. Os seios paranasais são revestidos por um epitélio respiratório, isto é, pseudo-estratificado cilíndrico ciliado com células caliciformes. As secreções se dirigem dos seios para as cavidades nasais através de uma atividade ciliar coordenada.

Faringe
A faringe é uma estrutura que liga a cavidade nasal à laringe, ela serve aos sistemas respiratórios e digestivo. Sua função é servir de passagem para o ar e alimentos, além de servir como uma câmara de ressonância para a fala. Esse órgão divide-se em três porções: nasofaringe, orofaringe e laringofaringe.
Certas porções da faringe estão sujeitas ao desgaste pelos alimentos que não tenham sido bem macerados; esses locais são revestidos por epitélio pavimentoso estratificado não-queratinizado. As porções não sujeitas ao desgaste são revestidas por epitélio pseudo-estratificado cilíndrico ciliado com células caliciformes. Sob o epitélio de revestimento está a lâmina própria constituída por tecido conjuntivo fibroelástico. Externamente ao tecido conjuntivo está o tecido muscular estriado dos músculos faríngeos e externamente a estes há mais tecido conjuntivo. A faringe contém glândulas mucosas perto da sua junção com o esôfago, além disso apresentam agregados de nódulos linfáticos que são denominados tonsilas faríngeas ou palatinas.

Laringe
A laringe é um tubo irregular que une a faringe à traquéia. Suas paredes são compostas por peças cartilaginosas irregulares, unidas entre si por tecido conjuntivo fibroelástico (que mantém a laringe sempre aberta). As maiores peças cartilaginosas (tireóide, cricóide) são formadas por cartilagem do tipo hialina; as demais peças são cartilagens do tipo elástico.
A mucosa da faringe forma dois pares de pregas que fazem saliência na luz; o primeiro par de pregas constitui as falsas cordas vocais ou pregas vestibulares (essa região tem lâmina própria frouxa e numerosas glândulas); o segundo par de pregas constitui as cordas vocais verdadeiras (com eixo de tecido conjuntivo elástico, ao qual se seguem, externamente, os chamados músculos intrínsecos da laringe).
A laringe não tem um revestimento epitelial uniforme ao longo da via. Na face ventral e parte da face dorsal da epiglote e nas cordas vocais, o epitélio está sujeito a atritos e desgastes por isso o revestimento desses locais é feito por um epitélio do tipo estratificado plano não-queratinizado. Nas demais regiões, o epitélio de revestimento é do tipo respiratório. Este epitélio está sob uma lâmina própria rica em fibras elásticas e contém pequenas glândulas do tipo misto. Essas glândulas não estão presentes nas cordas vocais verdadeiras.

Traqueia
A traquéia é um órgão que se continua com a laringe e termina ramificando-se nos dois brônquios extrapulmonares. Na sua estrutura apresenta um número variável de peças cartilaginosas do tipo hialino, as quais são revestidas por pericôndrio que se continua com um tecido conjuntivo fibroso, unindo as cartilagens entre si. A porção dorsal da traquéia (voltada para o esôfago), que não é ocupada por cartilagem apresenta feixes musculares lisos. Ela é revestida internamente por um epitélio do tipo respiratório que está sob uma lâmina própria de tecido conjuntivo frouxo rico em fibras elásticas. Além disso, contém glândulas principalmente do tipo mucoso, cujos ductos se abrem na luz traqueal. Externamente a traquéia revestida por tecido conjuntivo frouxo, formando a camada adventícia, que liga o órgão aos tecidos vizinhos.
A principal característica da mucosa traqueal, é ser secretora. O muco produzido forma um tubo mucoso que funciona como uma barreira mucosa às partículas de pó que entram junto com o ar inspirado, nesse tubo o muco é transportado em direção à faringe pelo batimento ciliar. Outro sistema de defesa além da barreira mucosa, é a barreira linfocitária, sua função é imune e ela é composta por linfócitos e por acúmulos linfocitários ricos em plasmócitos.

Brônquios
Os brônquios são ramificações da traquéia. Nos seus ramos maiores, a mucosa que reveste os brônquios é idêntica à da traquéia; já nos ramos menores o epitélio pode ser cilíndrico simples ciliado. A lâmina própria é rica em fibras elásticas. Abaixo da mucosa há uma camada muscular lisa que circunda completamente os brônquios, ela é constituída por feixes musculares dispostos em espiral. Externamente a essa camada muscular encontram-se glândulas do tipo mucoso ou misto, cujos ductos se abrem na luz brônquica. Possui também peças cartilaginosas na sua estrutura, elas são envolvidas por uma capa de tecido conjuntivo rica em fibras elásticas chamada de camada adventícia. Na camada adventícia e na mucosa podemos observar o acúmulo de linfócitos e de nódulos linfáticos, principalmente nos pontos de ramificação da árvore brônquica.

Bronquíolos
Os bronquíolos são originados de divisões repetidas dos brônquios. Eles são segmentos intralobulares, tendo diâmetro de 1mm ou menos. Na sua constituição não apresentam cartilagem, glândulas e nem nódulos linfáticos. O epitélio que reveste os bronquíolos na porção inicial, é do tipo cilíndrico simples ciliado, passando a cúbico simples, ciliado ou não, na porção final. No decorrer do trajeto dos bronquíolos, o número de células caliciformes diminui progressivamente, podendo até deixar de existir. Apresenta também uma lâmina própria delgada e constituída de fibras elásticas. Depois da mucosa vem uma camada muscular lisa cujas células se entrelaçam com as fibras elásticas. Como observação, podemos dizer que a musculatura da parede dos bronquíolos é relativamente mais espessa que a musculatura da parede dos brônquios.
Cada bronquíolo penetra num lóbulo pulmonar, onde se ramifica, formando de cinco a sete bronquíolos terminais. Os bronquíolos terminais são as últimas porções da árvore brônquica, eles possuem estruturas semelhantes aos demais, porém com paredes mais delgadas. Além disso, esses bronquíolos apresentam células Claras, as quais possuem grânulos citoplasmáticos de função desconhecida.
O bronquíolo terminal origina um ou mais bronquíolos respiratórios, os quais marcam a transição para a porção respiratória. O bronquíolo respiratório é um tubo curto, às vezes ramificado, revestido por epitélio simples que varia de colunar baixo a cubóide, podendo ainda apresentar cílios na porção inicial. A parede desses bronquíolos contém alvéolos (parecem descontínuas num corte histológico). Os alvéolos são expansões saculiformes revestidos por um epitélio capaz de realizar trocas gasosas.

Ductos Alveolares
Esses ductos iniciam efetivamente a porção respiratória. São formados por ramificação dos bronquíolos respiratórios e apresentam-se como condutos longos e tortuosos. A característica principal desse segmento, é apresentar inúmeros alvéolos e sacos alveolares em suas paredes. Devemos observar que entre a abertura de dois alvéolos existem fibras colágenas e elásticas, e células musculares lisas formando feixes musculares. Esses feixes se dispõem ao redor da abertura de um alvéolo, porém não se estendem pelas paredes deste. No entanto, as fibras colágenas e elásticas se continuam com a parede alveolar, constituindo um sistema de sustentação.
O revestimento dos ductos alveolares é epitélio do tipo cúbico simples, com células muito baixas. Esses ductos são as últimas porções a apresentar em sua estrutura células musculares lisas.

Saco Alveolar e Alvéolos
A definição de alvéolos é, são pequenas evaginações em forma de saco, encontradas nos sacos alveolares, ductos alveolares e bronquíolos respiratórios. O ducto alveolar termina em um alvéolo simples ou em sacos alveolares formados por inúmeros alvéolos. Cada parede alveolar é comum a dois alvéolos vizinhos, por isso denomina-se parede ou septo interalveolar. Este septo consiste em duas camadas de epitélio pavimentoso simples separadas por capilares sangüíneos, fibras reticulares e elásticas, fibroblastos e substância fundamental amorfa do conjuntivo. Além disso ele apresenta três tipos celulares distintos: 1) células endoteliais dos capilares: as mais numerosas e com núcleo um pouco menor e alongado que o das células epiteliais de revestimento, o endotélio é do tipo contínuo e não fenestrado; 2) pneumócitos tipo I: também chamado de célula epitelial de revestimento, tem núcleos achatados e distantes entre si devido a grande extensão do citoplasma. Essas células têm um retículo endoplasmático granular pouco desenvolvido e apresentam microvilos curtos em alguns pontos de sua superfície, existem também desmosomas ligando duas células epiteliais vizinhas; 3) pneumócitos tipo II: chamados de células septais, são menos freqüentes que as células epiteliais de revestimento, aparecem de preferência em grupos de duas ou três células nos pontos em que as paredes alveolares se tocam. O núcleo dessas células é maior e mais vesiculoso que o das outras células epiteliais de revestimento, o citoplasma não se adelgaça, o retículo endoplasmático rugoso é desenvolvido e possui microvilos na superfície livre. A principal característica dessas células é a presença de corpos lamelares na região basal do citoplasma, eles são responsáveis pelo aspecto vesiculoso do citoplasma à microscopia óptica.
Quatro membranas separam o ar alveolar do sangue capilar, são elas: o citoplasma da célula epitelial; a lâmina basal dessa célula; a lâmina basal do capilar e o citoplasma da célula endotelial. O oxigênio do ar alveolar passa para o sangue capilar através dessas membranas e o dióxido de carbono difunde-se em direção contrária.
A parede alveolar está sempre revestida por uma fina película surfactante (lipoprotéica), a qual impede o contado direto do ar alveolar com essa parede. A função dessa camada lipoprotéica é diminuir a tensão superficial dos pneumócitos do tipo I (principal célula de revestimento dos alvéolos), essa diminuição permite que os alvéolos sejam inflados com mais facilidade na inspiração, dessa forma o esforço muscular despendido nos movimentos respiratórios é diminuído.

Pleura
Definimos pleura como sendo a camada serosa que envolve o pulmão. Ela é formada por dois folhetos: o parietal e o visceral, os quais são contínuos no hilo pulmonar. Os folhetos são constituídos por mesotélio e por uma fina camada de tecido conjuntivo com fibras colágenas e elásticas.
Esses dois folhetos são capazes de delimitar, para cada pulmão, uma cavidade pleural independente e revestida pelo mesotélio. Normalmente essa cavidade pleural contém apenas uma película de líquido lubrificante, o qual permite o deslizamento suave dos dois folhetos durante os movimentos respiratórios, impedindo o atrito entre o mesotélio visceral e o parietal. Freqüentemente, pode-se acumular líquido entre os dois folhetos pleurais, isso pode ser explicado pela grande permeabilidade da pleura. O acúmulo ocorre devido à transudação de plasma através dos capilares, provocada por processos inflamatórios. Essa situação é prejudicial para o organismo.

Referência Bibliográfica:
JUNQUEIRA L. C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10ª ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004.

Aparelho reprodutor feminino

        O sistema reprodutor feminino é constituído por dois ovários, duas tubas uterinas (trompas de Falópio), um útero e a genitália externa.
 
Ovários
  • Sua superfície é coberta por um epitélio pavimentoso ou cúbico simples;
  • Debaixo do epitélio germinativo há uma camada de tecido conjuntivo simples, a túnica albugínea. Abaixo desta há uma região cortical, onde tem os folículos ovarianos que contêm ovócitos;
  • A parte mais interna é a região medular, que contém tecido conjuntivo frouxo com um rico leito vascular.
  • Desenvolvimento inicial do ovário:
    • No primeiro mês de vida embrionária uma pequena população de células germinativas primordiais migra do saco vitelino até os primórdios gonodais;
    • Estas células dividem-se se transformando em ovogônia, que, por sua vez, no terceiro mês começam a entrar em prófase, parando no diplóteno. Constituindo os ovócitos primários e são envolvidos por células foliculares.
  • Folículos Ovarianos:
    • Consiste de ovócito envolvido por uma ou mais camadas de células foliculares (células da granulosa);
    • Os folículos primordiais consistem em um ovócito primário envolvido por uma única camada de células foliculares achatadas, a maioria localiza-se na região cortical, possui um grande núcleo e nucléolo evidente;
    • Uma lâmina basal envolve as células foliculares e marca o limite entre o folículo e o estroma do conjuntivo adjacente.
  • Crescimento Folicular:
    • É estimulado por FSH secretado pela hipófise;
    • As células foliculares dividem-se por mitose formando um epitélio estratificado (camada granulosa) – folículo primário multilaminar ou préantral;
    • A zona pelúcida é composta por três glicoproteínas e é secretada, envolvendo o ovócito;
    • O líquido folicular (progesterona, andrógenos e estrógenos) começa a se acumular entre as células foliculares – o antro folicular. Tais células foliculares são chamadas de folículos secundários ou antrais;
    • As células granulares reorganizam-se formando o cumulus oophorus e também a corona radiata em volta do ovócito;
    • O estroma modifica-se para formar as tecas foliculares (teca interna e externa);
    • As células da teca interna sintetizam a androstenediona, que é transportada para as células da camada granulosa, que, por influência do FSH, sintetizam aromatase, a qual transforma androstenediona em estrógeno;
    • Um folículo cresce mais que os outros – o folículo dominante, que, quando atinge seu máximo desenvolvimento, é chamado de folículo maduro, pré-ovulatório ou de Graaf.
  • Atresia Folicular:
    • Processo pelo qual células foliculares e ovócitos morrem (parada de mitose das células granulosa) e são eliminados por células fagocíticas;
    • É acentuada logo após o nascimento, durante a puberdade e na gravidez.
  • Ovulação:
    • Consiste na ruptura de parte da parede do folículo e a liberação do ovócito;
    • O estímulo é dado por um pico de secreção de LH, liberado pela hipófise em respostas aos altos níveis de estrógeno produzido pelos folículos em crescimento;
    • Há um aumento do fluxo de sangue no ovário e uma liberação local de prostaglandinas, histaminas, vasopressina e colagenase;
    • As células da granulosa produzem mais ácido hialurônico e se soltam de sua camada;
    • Uma indicação de ovulação iminente é o aparecimento do estigma na superfície do folículo, no qual o fluxo de sangue cessa;
    • A primeira divisão meiótica é completada um pouco antes d ovulação;
    • O núcleo do ovócito inicia a segunda divisão que estaciona em metáfase até que haja fertilização.
  • Corpo lúteo:
    • Após a fertilização, a s células da granulosa e da teca interna do folículo que ovulou se reorganizam e forma uma glândula endócrina temporária, o corpo lúteo, situado na camada cortical do ovário;
    • Sangue coagulado e tecido conjuntivo constituem a parte mais central do corpo lúteo;
    • As células da granulosa aumentam de tamanho – células granulosa-luteínicas – secretoras de esteróides;
    • Sob ação do LH, as células modificam seus componentes enzimáticos e começam a secretar progesterona e estrógeno;
    • Quando não há fertilização, a secreção decrescente de progesterona e estrógeno (falta de LH) provoca a menstruação. E a secreção decrescente de estrógeno estimula a liberação de FSH, estimulando o crescimento de outro grupo de folículos;
    • Quando há fertilização, o hormônio gonadotropina crônica humana (HCG), secretados pelas células do embrião, estimula o corpo lúteo e, consequentemente, há secreção de progesterona (mantém a mucosa uterina);
    • Com o tempo, o corpo lúteo regride e converte-se em corpo albicans ou corpo branco, uma pequena cicatriz fibrosa que irá permanecer no ovário. 
  • Células Intersticiais:
    • São células da tuca interna que persistem isoladas ou em pequenos grupos;
    • Secretoras de esteróides.
 
Tubas Uterinas
  • O infundíbulo abre-se na cavidade peritoneal próximo ao ovário e possui franjas, as fímbrias;
  • A extremidade intramural abre-se no útero;
  • A parede é composta de três camadas:
    • Mucosa:
      • Possui dobras que ficam menores perto do útero e é formado por epitélio colunar simples com dois tipos de células (ciliado e excretor), de uma lâmina própria e de um tecido conjuntivo frouxo;
    • Espessa:
      • Camada muscular de músculo liso disposto em uma camada circular interna e uma longitudinal externa;
    • Serosa:
      • Formada de uma lâmina visceral de peritôneo.
  • A fertilização acontece na ampola e termina-se a segunda divisão meiótica;
  • O zigoto sofre uma serie de divisões e é transportado ao útero em cinco dias pela contração do músculo liso, que também impedi a passagem de microorganismos do útero para a cavidade peritoneal.
Útero 
  • Tem forma de uma pêra em que o corpo é a porção dilatada, a parte superior é o fundo e a porção estreita que se abre na vagina é a cérvix ou o colo;
  • Sua parede espessa é formada por três camadas: a serosa (mesotélio e tecido conjuntivo), o miométrio (músculo liso) e o endotélio (mucosa uterina);
  • Miométrio:
    • Os músculos se distribuem em quatro camadas: a primeira e a quarta estão dispostas longitudinalmente e as intermediárias contém vasos sanguíneos.
  • Endométrio:
    • Consiste de um epitélio simples ciliado com células secretoras e de uma lâmina própria que contém glândulas tubulares simples que pode se ramificar;
    • Pode ser dividido em duas camadas: a camada basal, mais profunda, e a camada funcional, que contém o epitélio e a desembocadura das glândulas;
    • Das artérias arqueadas (se orienta circunferencialmente nas camadas medias do miométrio) partem as artérias retas que irrigam a camada basal do endométrio e as artérias espirais que irrigam a camada funcional.
  • Ciclo menstrual:
    • Fase proliferativa:
      • Os estrógenos, secretados pelos folículos que começa a se desenvolver, agem no endométrio induzindo a proliferação celular;
      • O endométrio está coberto por um epitélio colunar simples;
      • Duração de 10 dias.
    • Fase secretória ou luteal:
      • Começa depois da ovulação e resulta da ação do progesterona do corpo lúteo;
      • As glândulas tornam-se tortuosas;
      • Duração de 14 dias.
    • Fase menstrual:
      • Com baixos níveis de estrógeno e progesterona, há contração das artérias, bloqueando o fluxo de sangue o que causa isquemia provocando o rompimento das artérias;
      • Duração de 3 a 4 dias.
  • Implantação e decídua:
    • O ovócito é fertilizado no terço lateral da tuba uterina e o zigoto sofre divisões formando a mórula;
    • As células resultantes da segmentação são chamadas de blastômeros;
    • Uma cavidade cheia de líquido desenvolve-se no centro e passa a ser chamada de blastocisto que chega ao útero;
    • Os blastômeros organizam-se em uma camada periférica (trofoblasto), enquanto outros em outro pólo (massa celular interna ou embrioblasto);
    • A implantação humana, chamada de intersticial, começa no 7º dia e termina no 9º dia após a ovulação;
    • Os fibroblastos exibem características de células produtoras de proteínas, chamados de células deciduais, e o endométrio inteiro recebe o nome de decídua, que, por sua vez, é dividida em decídua basal (entre o embrião e o miométrio), decídua capsular (entre o embrião e o lúmen uterino) e decídua parietal (restante da mucosa).
  • Placenta:
    • Consiste de uma parte fetal (cório) e uma parte materna (decídua basal);
    • A decídua basal fornece sangue arterial para a placenta e recebe sangue venoso da placenta;
    • Produz hormônio gonadotropina coriônica (HCG), tireotropina coriônica, corticotropina coriônica, estrógenos, progesterona e somatomamotropina coriônica humana.
    • Cérvix Uterina:
    • Mucosa revestida de epitélio colunar simples secretor de muco;
    • Tem poucas fibras de músculo liso;
    • A porção que faz saliência no lúmen da vagina é revestida por epitélio pavimentoso estratificado;
    • As secreções facilitam a entrada de esperma no útero e durante a gravidez, torna-se mais espessa, prevenindo a entrada de esperma ou de microorganismos;
    • Ocorre intensa colagenólise que promove a dilatação do cérvix.

Vagina 
  • Não têm glândulas e consiste de três camadas: mucosa, muscular e adventícia;
  • O epitélio da mucosa é pavimentoso estratificado e sua lâmina própria é composta de tecido conjuntivo frouxo e fibras elásticas;
  • A camada muscular é composta por fibras musculares lisas longitudinais;
  • A camada adventícia possuiu tecido conjuntivo denso e espessas fibras elásticas;
  • Sob estimulo de estrógeno, o epitélio vaginal sintetiza e acumula glicogênio que é metabolizado por bactérias a ácido lático responsável pelo pH baixo;
  • A entrada da vagina é protegida por uma membrana circular - o hímen - que fecha parcialmente o orifício vulvo-vaginal.
 
Genitália externa
 
  • A vulva consiste de clitóris, pequenos lábios (dobra da mucosa vaginal) e grandes lábios (dobras de pele), além de algumas glândulas que se abrem no vestíbulo (vestibulares maiores – Bartholin – e vestibulares menores);
  • O clitóris é coberto por um epitélio pavimentoso estratificado.

     Referência Bibliográfica:
JUNQUEIRA L. C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10ª ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004.

Sistema Genital Masculino


     É constituído pelos testículos, ductos genitais, glândulas acessórias e pênis.
     A testosterona é importante para a espermatogênese, para a diferenciação sexual durante o desenvolvimento embrionário e fetal e para o controle de secreção gonadotropinas. Já a diidrotestosterona age durante a puberdade e vida adulta (músculos, pêlos).
 
Testículos
 
     Os testículos se desenvolvem dentro da cavidade abdominal e descem para a bolsa escrotal logo após o nascimento, onde a temperatura é mantida alguns graus abaixo da temperatura corpórea.
     Os testículos são responsáveis pela produção de espermatozóides, através da espermatogênese e pela produção de hormônios esteróides.
     Revestindo cada testículo, há uma cápsula de tecido conjuntivo - a túnica albugínea. Externamente à albugínea, nas regiões laterais e anteriores, se localiza a túnica vaginal.
     A túnica albugínea projeta-se para o interior formando o mediastino do testículo e dele partem septos fibrosos, dividindo o órgão em 200 a 300 lóbulos piramidais. E cada lóbulo possui tecido conjuntivo frouxo, vasos sanguíneos e linfáticos, nervos, células intersticiais (Leydig) e de 1 a 4 túbulos seminíferos, onde são produzidos os espermatozóides. 
  • Túbulos Seminíferos 
    • Local de produção dos espermatozóides.
    • Próximo ao ápice do lóbulo, os túbulos se reúnem formando os túbulos retos, que posteriormente se anastomosam em uma rede de túbulos, a rede testicular;
    • Os túbulos são envolvidos por uma camada de células adventícias e tecido conjuntivo, a lâmina própria. A membrana basal é adjacente ao epitélio seminífero e o separa da lâmina própria;
    • A camada mais interna aderida à lâmina basal consiste de células mióides achatadas e contráteis e quem têm características de células musculares lisas;
    • Há dois tipos celulares no epitélio seminífero: as células de Sertoli, não proliferativas e as células das linhagens germinativas;
    •  As células de Sertoli são piramidais, suas bases estão na lâmina basal e seus ápices estão no lúmen dos túbulos. São conectadas por junções comunicantes (gap), o que é importante para a coordenação do ciclo do epitélio seminífero. Desempenham funções de fagocitose, secreção produção de hormônios antimülleriano, além de criar um ambiente favorável para o desenvolvimento dos espermatozóides, separando-os através de junções de oclusão do resto do corpo (barreira hemotesticular).
     
  • Espermatogênese 
    • Espermatogônia – Célula pequena localizada próxima à lâmina basal;
    • Espermatogônia do tipo A – Célula-tronco;
    • Espermatogônia do tipo B – Progenitora;
    • Espermatócitos primários – Células maiores; possuem cromossomos nos seus núcleos e localiza-se próxima à lâmina basal; (46 cromossomos e 4N de DNA);
    • Espermatócitos secundários – (46 cromossomos e 2N de DNA);
    • Espermátides – (23 cromossomos e 1N de DNA).
  
 
  • Espermiogênese
    • Etapa do Complexo de Golgi:
      • Grânulos pós-acrossômicos acumulam-se no Complexo de Golgi e fundem-se formando a vesícula acrossômica;
    • Etapa do Acrossomo:
      • A vesícula estende-se sobre a metade anterior do núcleo, sendo chamado de acrossomo, que contém enzimas hidrolíticas capazes de dissociar as células da corona radiata e de digerir a zona pelúcida (reação acrossômica);
      • O núcleo das espermátides é orientado para a base do túbulo seminífero e o axonema se projeta para o lúmen;
      • Um dos centríolos forma o flagelo e as mitocôndrias acumulam-se próxima ao mesmo;
    • Etapa de Maturação:
      • Uma parte do citoplasma das espermátides é desprendida, formando os chamados corpos residuais, que são fagocitados pelas células de Sertoli e os espermatozóides são liberados no lúmen do túbulo e depois transportados ao epidídimo com o fluido testicular, produzido pelas células de Sertoli e rede testicular.
       
  • Tecido intersticial ou conjuntivo intertubular
    • Preenche os espaços que circundam os túbulos seminíferos.
    • Localizadas neste espaço intersticial estão as Células de Leydig (acidófilas), que são células grandes com forma arredondada ou poligonal, produtoras do hormônio testosterona. Este hormônio responsável pelas características sexuais secundárias.
    • As células de Leydig são estimuladas pelo hormônio gonadotrófico da placenta, depois regridem e tornam-se ativas novamente na puberdade estimuladas pelo hormônio luteinizante da hipófise.
     
  • Ductos intratesticulares
    • São os túbulos retos, rede testicular e os ductos eferentes;
    • Os túbulos retos são revestidos por células de Sertoli e células epiteliais cubóides apoiadas em tecido conjuntivo denso;
    • A rede testicular, situada no mediastino do testículo, é composta por uma rede altamente anastomosada de canais revestidos por epitélio simples cúbico contendo um cílio único e alguns microvilos curtos na superfície luminal;
    • Os túbulos eferentes penetram na túnica albugínea e passam para o epidídimo. Estes túbulos são revestidos por epitélio pseudo-estratificado cilíndrico. Possuem cílios que, através dos seus batimentos, ajudam no transporte de espermatozóides. Conforme se aproxima do epidídimo, a camada de musculatura lisa que os envolve se espessa. Os túbulos eferentes se unem e formam o ducto do epidídimo, que podem chegar a medir 6 metros de comprimento.
Ductos genitais extratesticulares
  • São o ducto epidimário, o ducto deferente e a uretra;
  • O ducto do epidídimo é um tubo único altamente enovelado, formado por epitélio colunar pseudo-estratificado com estereocílios. As células epiteliais se apóiam na lamina basal cercada por células musculares. Tem um importante papel no desenvolvimento dos espermatozóides, criando um ambiente favorável para a sua maturação;
  • Do epidídimo sai o ducto deferente que é caracterizado por um lúmen estreito e uma camada espessa de músculo liso. Sua mucosa forma dobras longitudinais e é coberta por epitélio pseudo-estratificado com estereocílios;
  • O ducto deferente faz parte do cordão espermático junto coma artéria testicular, o plexo pampiniforme e nervos; e antes de entrar na próstata ele se dilata, formando a ampola, onde o epitélio é mais espesso e muito pregueado;
  • Na porção final da ampola, desemboca as vesículas seminais. Em seguida, o ducto deferente penetra na próstata (ducto ejaculatório – sem músculo liso) e se abre na uretra prostática.
 
Glândulas Acessórias
  • As glândulas acessórias são: as vesículas seminais, a próstata e as glândulas bulbouretrais;
  • A vesícula seminal consiste em dois tubos muito tortuosos. Possui uma mucosa pregueada, epitélio pseudo-estratificado prismático ou epitélio cubóide, responsável pela secreção rica em proteína, vitamina C e frutose, substâncias formadoras do sêmen (60% do ejaculado). A lâmina própria é rica em fibras elásticas, e envolvida por uma camada de músculo liso;
  • A Próstata é formada por tecido fibromuscular e porção glandular que é um conjunto de 30 a 50 glândulas túbulo-alveolares ramificadas (epitélio cubóide ou pseudo-estratificado colunar), cujos ductos, se abrem na porção prostática da uretra. Possui três zonas: zona central (25%), zona periférica (70%) e a zona de transição. No lúmen de glândulas da próstata, possui concreções prostáticas (corpos esféricos calcificados);
  • As Glândulas bulbouretrais (Cowper) situam-se na porção membranosa da uretra, são túbulos-alveolares, revestidas por epitélio simples cúbico secretor de muco (lubrificante). Células musculares esqueléticas e lisas estão presentes nos septos que dividem a glândula em lóbulos.
 
Pênis
  • É constituído, principalmente, por dois corpos cavernosos colocados dorsalmente e um corpo esponjoso (corpo cavernoso da uretra), ventralmente. Este último envolve a uretra e expande-se, formando a glande;
  • A maior parte da uretra peniana é revestida por epitélio pseudo-estratificado colunar, que na glande passa a ser estratificado pavimentoso; e possui glândulas de Littré (secretoras de muco);
  • O prepúcio é uma dobra retrátil de pele que contém tecido conjuntivo com músculo liso;
  • Glândulas sebáceas estão presentes na dobra interna e na pele que cobre a glande;
  • Os corpos cavernosos são envolvidos por uma camada de tecido conjuntivo denso, a túnica albugínea;
  • A ereção do pênis é um processo hemodinâmico controlado por impulsos nervosos sobre o músculo liso das artérias do pênis e sobre o músculo liso das trabéculas que cercam os espaços vasculares dos corpos cavernosos;
  • No estado flácido, o fluxo de sangue é pequeno, mantido pelo tônus intrínseco da musculatura lisa e por impulsos contínuos de inervação simpática;
  • A ereção acontece quando impulsos vasodilatadores do parassimpático causam o relaxamento dos vasos e músculo liso dos corpos cavernosos, que são preenchidos por sangue, de maneira menos rígida na glande e no corpo esponjoso, de forma que este não obstrua a uretra.

     Referência Bibliográfica:
JUNQUEIRA L. C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10ª ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004.

Sistema Digestório

 
Constituição:
- Tubo digestivo:
    > Cavidade oral;
    > Esôfago;
    > Estômago;
    > Intestino;
    > Reto;
    > Ânus.
- Glândulas anexas:
    > Fígado;
    > Pâncreas;
    > Glândulas salivares.
 
Função: Retirar dos alimentos digeridos os metabólicos necessários para o desenvolvimento e a manutenção do organismo.
 
Cavidade Oral 
  • Lábios:
    • Superfície externa:
      • Pele com folículos pilosos;
      • Glândula sebácea e sudorípara;
      • Parte vermelha: transição entre pele e mucosa;
      • Recoberto por uma camada de células mortas, semelhantes às da pele;
      • As papilas conjuntivas da derme subjacente são numerosas, altas e vasculares, dando coloração avermelhada;
      • Como o epitélio não está intensamente queratinizado, nem com sebo, deve se umedecido pela língua.
    • Superfície interna:
      • Epitélio pavimentoso estratificado, não queratinizado (há alguns grânulos de querato-hialina);
      • Tecido muscular estratificado esquelético (músculo orbicular dos lábios);
      • Tecido conjuntivo fibroelástico (papilas da lâmina própria latas);
      • Pequenos aglomerados de glândulas mucosas.
  • Bochechas:
    • Epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado;
    • Lâmina própria de tecido conjuntivo fibroelástico denso que se funde com a submucosa, rica em fibras elásticas achatadas e muitos vasos sangüíneos;
    • Feixes fibroelásticos fixam a membrana mucosa ao músculo adjacente (permite formar inúmeras dobras quando aboca está fechada);
    • Pequenas glândulas mucosas (algumas meia lua).
  • Língua:
    • Face dorsal:
      • Parte oral (corpo):
        • Superfície irregular (papilas linguais) – são elevações do epitélio oral mais lâmina própria);
        • Tipos de papilas:
          • Filiforme;
          • Fungiforme;
          • Valadas.
      • Parte faríngea (raiz):
        • Amígdala lingual;
        • Glândulas mucosas adjacentes.
    • Face ventral:
      • Mucosa lisa.
  • Dente:
    • Porções:
      • Coroa: porção que se projeta além da gengiva;
      • Raiz.
    • Os dentes se articulam nos ossos em cavidades chamadas alvéolos;
    • São derivados da membrana mucosa oral:
    • Dentina:
      • Forma o corpo (tecido conjuntivo calcificado);
      • Semelhante ao osso, porém mais duro;
      • Não possui células, somente prolongamentos dos odontoblastos;
    • Esmalte:
      • Camada epitelial calcificada
      • Estrutura mais rica em cálcio do corpo.
    • Polpa:
      • Tecido conjuntivo frouxo;
      • Predominam odontoblastos de forma estrelada.
    • Perionto:
      • Cemento:
        • Bainha de tecido conjuntivo calcificado;
        • Mantém o tamanho da raiz e garante a fixação do dente;
        • Sua produção na raiz é contínua para compensar o desgaste da coroa.
      • Ligamento periodontal:
        • Tecido conjuntivo
      • Osso alveolar ou lâmina dura.
  • Palato Duro:
    • Lamina própria contínua com o periósteo;
    • Glândula mucosa
    • Mistura e deglutição dos alimentos.
  • Palato Mole:
    • Músculo estriado esquelético e glândulas mucosas na submucosa;
    • Na deglutição oclui a nasofaringe.
  • Gengiva:
    • Não tem submucosa;
    • Gengiva inserida (epitélio queratinizado);
    • Gengiva marginal (vertente livre (queratinizada) e vertente dentária (não queratinizada)).
 
Faringe 

     É uma dependência da cavidade bucal comum aos aparelhos digestório e respiratório (orofaringe e nasofaringe). Formada pela lamina própria fibroelástica com grupos de glândulas mucosas.

Estrutura geral do tubo digestivo
  •  Túnica Mucosa:
    • Camada epitelial de revestimento;
    • Lamina própria ou córion (tec. conj. Frouxo), vasos sanguíneos e linfáticos, podendo apresentar glândulas e tecido linfóides);
    • Muscular da mucosa (camada delgada de tec. musc. Liso).
  • Túnica Submucosa:
    • Tec. conj. Moderadamente frouxo rico em vasos sanguíneos e linfáticos;
    • Contém plexo nervoso submocosa ou de Meissner;
    • Pode apresentar glândulas e tecido linfóide.
  • Túnica Muscular:
    • Duas subcamadas de fibras musculares lisas, orientadas em hélice (interna (circular) e externa (longitudinal));
    • Plexo mioentérico ou de Amerbach.
  • Túnica Adventícia ou Serosa:
    • Tecido conjuntivo frouxo com grande quantidade de nervos sanguíneos e linfáticos, e células adiposas;
    • Mesotélio (sob a forma de um epitélio simples pavimentoso).
     
  • Principais funções do revestimento epitelial (túnica mucosa):
    • Promover uma barreira semipermeável entre o conteúdo do tubo digestivo e o meio interno;
    • Sintetizar e secretar enzima para a digestão dos alimentos;
    • Promover a absorção dos produtos desta digestão;
    • Secretar hormônios para a coordenação destas atividades;
    • Produzir muco para lubrificação e proteção.
 
Esôfago 
  • Função:
    • Transportar rapidamente o alimento da boca para o estomago.
  • Constituição:
    • Epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado;
    • Glândulas cárdicas esofágicas (mucosas) – na mucosa próxima ao esôfago;
    • Glândulas esofágicas (mucosas) – na submucosa;
    • Túnica muscular
      • terço superior – músculo estriado esquelético;
      • terço médio – músculo estriado esquelético e músculo liso;
      • terço inferior – músculo liso.
 
Estômago 
  • Epitélio cilíndrico simples muco secretor;
  • Fossetas ou fovéolas ou criptas gástricas – são invaginações do epitélio de revestimento para dentro da lâmina própria;
  • Junções oclusivas – agem como barreira contra o líquido do ácido do estômago (suco gástrico).
  • Áreas com estruturas histológicas diferentes:
    • Cárdica:
      • Fossetas curtas;
      • Glândulas longas;
      • Glândulas tubulares ramificadas ou não, com porção final frequentemente enovelada – glândula cárdica.
    • Fúndica:
      • Glândulas tubulosas ramificadas – glândula gástrica ou fúndicas.
    • Pilórica:
      • Fossetas longas;
      • Glândulas curtas;
      • Glândulas tubulosas simples ou ramificadas – glândula cárdica.
  • Tipos celulares da glândula fúndica:
    • Célula fonte ou “stem cells” – células em constante divisão, fornecendo as demais;
    • Célula parietais ou oxínticas – HCL; fator antianêmico intrínseco (glicoproteína);
    • Célula mucosa do colo – muco;
    • Célula zimogênicas ou principais – pepsina; lípase;
    • Clula enteroendócrina ou cromafins – hormônios; polipeptícas.
  • Túnica muscular:
    • Interna: oblíqua;
    • Média: circular;
    • Externa: longitudinal.
Intestino delgado 
  • correm os processos finais da digestão dos alimentos e seus produtos são absorvidos;
  • Duodeno:
    • Glândulas de Brünner ou duodenais na submucosa:
      • Secreta glicoproteína neutra com pH entre 8,2 a 9,3 (admite-se que proteja a mucosa intestinal contra a acidez do suco gástrico);
      • Tambem é responsável pelo pH ideal para a ação das enzimas pancreáticas;
      • Placas de Peyer – agregados de nódulos linfáticos na submucosa do íleo.
  • Tipos celulares do epitélio da mucosa intestinal:
    • Células primáticas absorvativas;
    • Células caliciformes – muco;
    • Células de Paneth – grânulos com lizoenzima (atividade antibacteriana e colabora na regulação da flora intestinal);
    • Células enteroendócrinas;
    • Células M (íleo) – importante sistema imunitário.
 
Intestino Grosso 
  • Mucosa lisa, sem pregas (exceto na porção retal;
  • Não há vilosidades;
  • Glândulas de Lieberlsiihn não longas;
  • Grande quantidade de células caliciformes;
  • Pequena quantidade de células enteroendócrinas;
  • Não há células de Paneth;
  • Camada muscular longitudinal externa é bem mais desenvolvida que no intestino delgado devido as fibras se congregarem em três faixas espessas chamadas tênias do colo;
  • A serosa é caracterizada por pequenos apêndices pedunculados formados por tecido adiposo – apêndices epiplóicos.
Apêndice 
  • É uma evaginação do ceco, em fundo de saco;
  • Características:
    • Lúmen estreito e irregular devido à presenção de grande quantidade de nódulos linfáticos na sua parede;
    • A sua estrutura geral é semelhante á do intestino grosso, apenas existindo:
    • o  menor número de glândulas intestinais e as existentes são mais curtas;
    • o  fibras da camada muscular não formam tênias.
 
As glândulas salivares
  • A presença de alimento na boca, assim como sua visão e cheiro, estimulam as glândulas salivares a secretar saliva, que contém a enzima amilase salivar ou ptialina, além de sais e outras substâncias. A amilase salivar digere o amido e outros polissacarídeos (como o glicogênio), reduzindo-os em moléculas de maltose (dissacarídeo). A saliva, além de dar início à digestão do amido, amolece o alimento, facilita a deglutição e a fala, forma uma barreira imunológica e lubrifica a cavidade oral.
  • As glândulas salivares são exócrinas, com porção secretora acinosa e tubulosa e ducto ramificado (composta). Existem as glândulas salivares pequenas na língua e na mucosa da cavidade oral e três tipos de glândulas salivares grandes, estruturas separadas e encapsuladas por tec. conjuntivo que lançam sua secreção na cavidade bucal:
  • Glândula parótida - Com massa variando entre 14 e 28 g, é a maior das três; situa-se na parte lateral da face, abaixo e adiante do pavilhão da orelha. Glândula composta acinosa, exclusivamente serosa.
  • Glândula submandibular - É arredondada, mais ou menos do tamanho de uma noz. Glândula composta túbulo-acinosa com predominâncias de ácinos serosos.
  • Glândula sublingual - É a menor das três; fica abaixo da mucosa do soalho da boca. Glândula composta túbulo-acinosa, predominantemente mucosa, com meia lua serosa.
  • Existem 3 tipos de ductos:
  • Ducto intercalar - Um epitélio simples cúbico.
  • Ducto estriado - Espitélio simples cilíndrico com estriações na base das células (dobras da membrana).
  • Ducto interlobular ou excretor - Luz maior, epitélio estratificado cúbico, cilíndrico e, mais perto da cavidade oral, pavimentoso.
Fígado 
  • É o maior órgão interno (a pele é o maior geral). É a mais volumosa de todas as vísceras. Tem cor arroxeada, superfície lisa e recoberta por uma cápsula própria de tec. conjuntivo.
  • As células hepáticas (hepatócitos) ajudam o sangue a assimilar as substâncias nutritivas e a excretar os materiais residuais e as toxinas, bem como esteróides, estrógenos e outros hormônios. O fígado é um órgão muito versátil. Armazena glicogênio, ferro, cobre e vitaminas. Produz carboidratos a partir de lipídios ou de proteínas, e lipídios a partir de carboidratos ou de proteínas. Sintetiza também o colesterol, a bile, e purifica muitos fármacos e muitas outras substâncias.
  • Lóbulo Hepático:
    • No centro, encontra-se a veia centro-lobular;
    • Radialmente, os cordões de hepatócitos (dobras na membrana, maior área de contato);
    • Entre os cordões, capilares sinusóides (células endoteliais).
  • Espaço Porta:
    • Tecido conjuntivo frouxo;
    • Ramo da veia porta;
    • Ramo da artéria hepática;
    • Ducto biliar.
Pâncreas 
  • O pâncreas é uma glândula mista, de mais ou menos 15 cm de comprimento e de formato triangular, localizada transversalmente sobre a parede posterior do abdome, na alça formada pelo duodeno, sob o estômago.
  • O Pâncreas é uma glândula composta acinosa, exclusivamente serosa. Nota-se também a ausência de ducto estriado, contando com a presença apenas dos ductos intercalar e excretor. O Ducto intercalar adentra os ácinos, podendo ser notada células mais claras dentro destes.
  • O pâncreas exócrino produz enzimas digestivas, em estruturas reunidas denominadas ácinos. Os ácinos pancreáticos estão ligados através de finos condutos, por onde sua secreção é levada até um condutor maior, que desemboca no duodeno, durante a digestão.
  • O pâncreas endócrino secreta os hormônios insulina e glucagon. Ele se encontra dentro da parte exócrina, formando ilhotas.           

     Referência Bibliográfica:
JUNQUEIRA L. C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10ª ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004.